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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

VIVENDO SEM MÁGOAS


Dentre o patrimônio de todas as bênçãos que tenho auferido da parte de Deus, considero como um de inestimável valor, a capacidade de não destacar em minha memória, a tortura de re-lembrar as ofensas, traições e ingratidões sofridas.
Já contemplei por diversas vezes – com espanto - doentes terminais, com o coração atolado em uma espécie de pântano malcheiroso e escuro, em seus últimos momentos de vida, remoendo amarguras, exalando ódio reprimido, terminando a existência terrena no calabouço tétrico da alma atormentada!
Pelo menos três coisas, me são fonte de auxílio nesse processo, onde meu organismo espiritual expurga, elimina o veneno tantas vezes injetado das ações externas que magoam:

1-Consciência da Graça!

Sinto verdadeiramente, que somente um poder sobrenatural poderá ajudar algumas pessoas, a quebrar a escravidão à qual se impõem quando alimentam sentimentos de amargura.
Não compreendem o laço onde caíram, o mal que fazem a si mesmas, ao cultivar sentimentos de vingança, ou, o simples deleite em saber que seus desafetos estão padecendo algum infortúnio.
Estão retro-alimentando o mal, se auto-penalizando, dando àqueles que lhes infligiram dor, a possibilidade de continuar a atormentar-lhes a existência, “ dormindo, acordando, vivendo o dia a dia, sob a sombra de quem não gostam, dando onipresença a quem – dizem – querer livrar-se”!
A Graça Divina ensina-me, que fui perdoado de enormes dívidas, às quais jamais poderia pagar, e quando atinjo essa compreensão, me torno parte disso tudo, sendo capacitado sobrenaturalmente a repassar adiante, o benefício do perdão – imerecido – com o qual fui alcançado.

2-Entendimento de que pessoas e situações que nos magoam, fazem parte de um plano elaborado para o meu bem.
Isso vai depender, é claro, de minha atitude com relação a elas.
Crises, adversidades e percalços, podem ser matéria-prima, ingredientes indispensáveis para meu aperfeiçoamento e crescimento!
Conhecemos a história de José, filho de Jacó, que possuindo sonhos, foi vítima da inveja e perseguição mordaz de seus irmãos, padecendo os piores infortúnios, e de como ele ao cabo de sua trajetória de vida, ao invés de vingar-se deles pelo que lhe fizeram, compreendeu – e até os consolou – para que vissem todas aquelas circunstâncias, e a si mesmos, como instrumentos necessários na consecução de um mega propósito.
A Escritura diz que Jesus orou a noite inteira antes da escolha de seus discípulos, e ao amanhecer do dia, ao descer do monte, chamou seus apóstolos, e dentre eles, Judas Iscariotes.
E que trabalho relevante teria Judas naquele projeto de salvação da humanidade! Alguém já parou prá pensar em agradecer a Deus pela existência daquele traidor? E o que seria do destino eterno de milhões sem aquele “trabalho sujo de Judas”? Alguém estaria disposto a tomar o lugar dele e cumprir aquele papel?
Não é à toa, que Jesus na hora que viu o tal aproximar-se, o chamou de “amigo”...
Quando nossa consciência e confiança nos planos que Deus tem elaborado para nós, se eleva, quando a visão engrandece e se apura, quando o discernimento aguça, passamos a viver a vida com menos tensão, não nos precipitamos em tratar tudo com aquela dicotomia maniqueísta que só reconhece dois pólos: o bem e o mal!
Mas e quando um mal vem embutido num bem, e um bem pode ser extraído do que é taxado pura e simplesmente de mal? Mentes estreitas não alcançam esse processo de alquimia!
Com tal confiança na soberania da Graça Divina que dá cadência aos meus passos, afina o tom de minha existência e rege de forma perfeita tudo que me diz respeito, posso agradecer pela bonança e tempestade, pelo dia e a noite, pelas ovelhas e vermes, rosas e espinhos, bem como tudo que constitui o enredo de minha vida.

3-A aceitação do fato de que sou feliz!
Ouvi isso certo dia de uma amiga, e voltei para casa pensando naquilo que ela disse: “Pastor Darckson, você não guarda mágoas, porque é feliz”!
Simples e verdadeiro.
Já acreditei em pessoas, investi meu tempo, bens, ensinei-os, abri portas de grandes oportunidades, auxiliei muitos a sair de uma vida medíocre, fui passaporte para miseráveis sem muita perspectiva de mudanças para que atingissem alvos que dificilmente conseguiriam sem minha ajuda, enfim, fiz o bem.
Anunciei o Evangelho a perdidos, orei pela salvação deles, batizei a centenas, casei outros tantos, consagrei ao ministério, intercedi pela cura de enfermos, e, recebi em troca – não raras vezes – traição e ingratidão.
Mas testemunho, que em nenhum momento, a Graça Divina me faltou!
Tenho recebido tanto da vida, tido tão grandiosas oportunidades, alcançado tão excelentes alvos, obtido tantas vitórias, que não me sobra tempo para remoer essas desditas, nem estar a exumar cadáveres de defuntos que definitivamente, não valem a pena desenterrar!

“Que entreguemos tais cinzas às cinzas, e tal pó, ao pó”!
Se Deus me concede uma família feliz, um ministério próspero, uma vida de paz vivida debaixo de seus previdentes e providentes olhos, por que deveria afligir-me com a prosperidade ou mera existência dessas sombras desvanecentes?
Cercado de familiares e amigos fiéis, com energia e força para trabalhar, esperança para perseverar, inspiração para realizar, fé para vencer, graça para viver, uma carreira para correr, tanto conquistado e tanto a conquistar, deveria estar preocupado com aqueles que um dia tentaram me fazer mal?
Jamais!
Que tenham seus pequenos momentos, já que nunca conhecerão os verdadeiros e grandes, já que o sentimento de grandeza não lhes cabe, pela mesquinharia de espírito, pequenez de mente na qual vivem.
Portanto, caro leitor: saia dessa órbita de frustração, amargura e decepção, “desamarre esses Lázaros e os deixe ir”...
Liberte-se do ácido da amargura que corrói sua alma, e viva sua vida com saúde interior.
Lembre-se: viajar sem carregar “malas” e arrastar peso, é o ideal para quem deseja desfrutar a maravilhosa jornada da vida.

Texto de: Pr. Darckson lira
Fonte: http://www.igrejavaledebencao.com.br/Pr.darcksonlira/Artigos/artigo1.html

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