Total de visualizações de página

terça-feira, 11 de maio de 2010

O NOSSO DIA VAI CHEGAR


O NOSSO DIA VAI CHEGAR

Nunca me acostumei – e queira Deus que jamais aconteça – a ver com uma ponta que seja de alegria as desditas e sofrimentos alheios.
Só consigo imaginar, que no meio evangélico, as pessoas que ainda sentem regozijo por menor que seja com a infelicidade e miséria dos outros ainda não tiveram uma autêntica experiência com a Graça Divina.
Mas isso não tem ligação direta com alguma “graça específica” outorgada a “ Cristãos” porque vamos encontrar no seio de qualquer religião, pessoas que possuem compaixão face às desgraças ocorridas, ou, no mínimo que mantenham-se indiferentes ao sofrimento de seus inimigos, jamais regozijando-se.
Não sei quantas vezes terei de repetir – tenho um artigo que trata sobre isso – que a maior parte dos sofrimentos humanos não tem relação direta com “castigos divinos”, sendo antes, penalidades conseqüentes de princípios ou leis que quebramos, ou confronto com valores estabelecidos pela sociedade, ou ainda choques psíquicos resultantes de conflitos mal resolvidos.
Jesus falou no capítulo 13 do Evangelho segundo Lucas, sobre uma revolta social que terminou com a morte de várias pessoas sob o governo de Pôncio Pilatos, e também sobre uma certa “ Torre de Siloé”, que desabou matando pessoas inocentes.
Salomão, no auge de sua maturidade disse: “...Há justo que perece na sua justiça, e há perverso que prolonga os seus dias na sua perversidade” (Eclesiastes capítulo 7, verso 15).
Isso pode ser a resposta de nossas constantes interrogações quando escutamos noticias sobre aviões que caem com todo tipo de gente a bordo (malfeitores, ímpios, servos de Deus, crianças, gente digna), quando terremotos ceifam a vida de milhares (bons e maus) ou Tsunamis afogam e engolem multidões.
Quem sabe, Rousseau em seu argumento simplesmente tenha razão?
Não fomos criados para voar, nem para destruir a natureza e em seu lugar construir enormes cidades, nem tampouco para edificar casas e vilas próximas ao mar.
É claro que não pereceriam milhares...
Prefiro simplesmente pensar que sou igual a todo mundo, que não gozo de imunidade diante das desgraças que ocorrem como conseqüência do estilo de existência que a humanidade construiu – concordando ou não faço parte – e que afinal, não estou blindado diante das vicissitudes da vida.
Não sou imortal, e ao invés de lamentar, devo ser grato pelo valor infinito que cada momento tem.
Sentir-me como parte disso tudo e não como uma elite privilegiada da humanidade com quem tais coisas não poderiam acontecer, faz-me ver que sou tão somente humano, sujeito a tudo que significa ser humano – pelo menos em potencialidade – seja para o bem ou para o mal.
Diante dessas possibilidades que batem à minha porta em cada circunstância (na maioria dos casos não tendo como fugir), devo preservar meu equilíbrio diante das lutas, estimular minha humildade jamais adotando a postura de “semi-deus” e cultivar meu senso de solidariedade para com os que padecem por estar vivos, e por ser a vida tecida com essa textura existencial plena e plural.
Pois para ter diante de meus olhos a dura realidade dos mais cruéis sofrimentos, não preciso ir ao Chile, África ou Haiti.
Basta dar alguns passos até a esquina ou atravessar a rua.
Aos que adotam uma postura triunfalista ou agem como loucos tripudiando sobre os sofrimentos alheios, não preciso nem orar a respeito: basta esperar, porque queiram ou não, o dia de cada um vai chegar...

Fonte:
http://www.darcksonlira.com.br/html/Artigos/artigo13.html
Rev.Darckson Lira
Presidente da Igreja Batista Vale de Bênção

Nenhum comentário:

Postar um comentário