O
legalismo distorce os valores e anula o discernimento espiritual.
Líderes que ameaçam as pessoas com maldição, caso elas deixem a
denominação, transformam a igreja em verdadeiro presídio espiritual.
Essa ameaça de maldição prevista pelo líder é uma das mais poderosas
estratégias malignas de aprisionamento emocional, pois mesmo quando a
pessoa que quer sair está certa em suas convicções, ou está sendo
injustiçada, ainda assim, ela se sente culpada e presa. Essa culpa leva a
pessoa a se anular. Mesmo sabendo que
seu tempo naquela denominação terminou a pessoa não consegue sair, pois
está em uma prisão emocional de autocondenação. Muitas vezes, por algum
motivo justo ou injusto, o membro de tal denominação simplesmente é
rotulada de rebelde. Ao invés de ajudar com sabedoria essas pessoas,
alguns líderes simplesmente as esmagam emocionalmente, usando, de forma
covarde, de sua posição de liderança e autoridade. Na verdade, todo
líder que freqüentemente precisa impor sua autoridade, demonstra que
essa autoridade é, no mínimo, suspeita. O que define um verdadeiro líder
é o fato dele ter seguidores voluntários. Não existe a menor
possibilidade de existir liderança sadia sem respeitar a liberdade
alheia e inspirar a voluntariedade das pessoas. Jamais podemos esquecer
que a imposição é a linha divisória entre liderança e tirania. O tirano
não tem o menor interesse em servir, mas apenas ser servido. No fundo,
todo tirano não serve nem a Deus, senão a si mesmo. Todo líder precisa
estar aberto para as pessoas se encaixarem no corpo de Cristo,
independente da denominação que escolham estar. O juramento “até que a
morte os separe” só pode ser aplicado ao casamento e de forma alguma se
ajusta ao compromisso com uma denominação, seja ela qual for. Mesmo que
um irmão esteja saindo precipitadamente de uma igreja, o líder deve
abençoar este irmão, respeitando sua decisão equivocada. Provavelmente a
atitude de abençoar semeará o retorno e a restauração dela no futuro. O
que lamentavelmente se constata é que essas pessoas que acabam
paralisadas pelas malditas ameaças de um equivocado líder, desenvolvem
uma consciência frágil e vulnerável à ‘autocondenação’. Sentindo-se
frustradas e defraudadas, mas, ao mesmo tempo, impedidas de agir com
liberdade, vão desenvolvendo os mais profundos traumas, que, depois de
um desgaste crônico, manifestam-se através de profundas inseguranças,
crises existenciais, confusão, legalismo, colapsos mentais, depressão e
até loucura. Que o Senhor tenha piedade de nós líderes e nos abençoe com
discernimento e sabedoria...
(Pr. Lagdjelson Santos)
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