“Então Jesus
disse de novo: Que a paz esteja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu
também envio vocês.” (João 20:21)
Creio que
estas palavras de Jesus aos seus seguidores, feita após sua ressurreição,
aconteceu dentro do período de 40 dias em que passou ensinando seus discípulos
sobre o Reino de Deus (Atos 1.3). Ele estava orientando-os como deveriam viver
proativamente, com o objetivo de sinalizar esse Reino aos que ainda não o
conhecia. Convido-lhe para pensar um pouco sobre as implicações desta afirmação.
Minha
conversão se deu quando eu tinha 19 anos. E a pergunta que me perseguia era:
“qual a vontade de Deus para minha vida?” O pastor que me discipulou me dava
algumas respostas, dentre elas a do Breve Catecismo de Westminster: “o fim
principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”. Eu cria nessa
afirmação, mas não a tinha como suficiente para entender meu papel neste mundo.
Certo dia
a palavra do apóstolo Paulo na carta que escreveu aos romanos me trouxe mais
luz (e mais perturbação também): “Porque aqueles que já tinham sido escolhidos
por Deus ele também separou a fim de se tornarem parecidos com o seu Filho. Ele
fez isso para que o Filho fosse o primeiro entre muitos irmãos.” (Romanos 8.29)
Deus
tinha me tornado seu filho e agora trabalhava para que eu fosse como Jesus
Cristo, o Filho Eterno, o Deus encarnado. Assim, pensei: “O propósito de Deus
para minha vida é que eu seja semelhante a Jesus, ou seja, da mesma natureza.
Isso traz um imenso peso. Como amar como Ele amou? Como perdoar como Ele
perdoou? Como cuidar como ele cuidou? Como enxergar as pessoas, ver o
sofrimento, não ser indiferente mas agir em prol da cura, da libertação, da
restauração, da provisão? Como ser íntegro, como ser altruísta? Vou sofrer como
Ele?” Enfim, eu tinha que olhar para vida de Jesus e viver como Ele viveu:
“Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei.” (João 17:18). E
mais, a missão de Jesus era o modelo para minha missão na terra. Então afirmei:
“Não dou conta!”
Estudando
a Bíblia aprendi que Deus está trabalhando na minha vida para que esse objetivo
se torne completo. Mais uma vez o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito
Santo, afirmou e me ensinou: “Portanto, todos nós, com o rosto descoberto,
refletimos a glória que vem do Senhor. Essa glória vai ficando cada vez mais
brilhante e vai nos tornando cada vez mais parecidos com o Senhor, que é o
Espírito.” (2 Coríntios 3:18)
O
propósito de Deus alcançará totalidade no futuro. É o que aprendi com outro
apóstolo de Jesus, João: “Meus amigos, agora nós somos filhos de Deus, mas
ainda não sabemos o que vamos ser. Porém sabemos isto: quando Cristo
aparecer,
ficaremos parecidos com ele, pois o veremos como ele realmente é.” (1 João 3:2)
Agora,
convido você a voltar à afirmação de Jesus no início deste texto, e ler a
declaração seguinte: “Depois soprou sobre eles e disse: Recebam o Espírito
Santo.” (João 20:22).
Louvado
seja Deus! O Espírito Santo é o instrumento para discernirmos e sermos o que
Deus planejou para cada um. Quem crê em Jesus como filho de Deus e O confessa
como Senhor da sua vida, tornando-se seu seguidor, este recebe o Espírito Santo
que lhe dá uma nova vida, transforma dia a dia na direção da semelhança de
Jesus, enche de poder (At 1.8) para cumprir a missão de Deus, e habilita para
enfrentar todas as dificuldades que o próprio Senhor Jesus enfrentou na jornada
terrena.
Diante
dessas respostas, vivo com o coração pacificado sobre o que Deus tem para minha
vida. O que sou, a profissão que tenho, o ministério que desenvolvo, as pessoas
com as quais me relaciono, os sofrimentos e tribulações que me alcançam, tudo é
parte do propósito de Deus para me transformar à semelhança do Seu Filho! Vivo,
dia a dia, convicto de que Ele está trabalhando em mim e peço que encha-me com
Seu Santo Espírito, pois só assim poderei ser e cumprir o que Ele preparou para
mim.
"Salus animarum suprema lex ecclesiae"
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