Em um mundo de tantos príncipes, ouço um convite do Mestre para ficar só. Quero distanciar-me um pouco do frenesi das idéias, dos planejamentos e reuniões intermináveis da religião, que não chegam a nenhum objetivo, palavras, palavras e nada mais que palavras. Necessito sair do ruge-ruge, espairecer. Tornou-se uma certa urgência me preservar um pouco, me expor menos, talvez porque não tenho capacidade de ser um pensador como os demais. O que resta depois de decepções, crises existenciais, alfinetadas espirituais, é um coração retalalhado, mais a quietude me remenda, se fui retalhado na arena em algum esconderijo, sei que me costuro, o Mestre me ensinou que posso até me isolar num monastério, este lugar mesmo remoto será o atelier do Supremo artesão.
Já fui moldado pela vida, apesar da pouca idade já estou com 3(três) décadas de vida, o meu couro já engrossou, e já suporto ouso até dizer uma quarentena de açoites, o apóstolo Paulo suportou mais de 3(três) quarentenas. Quero simplesmente o silêncio como bálsamo, para minha alma, deixar-me conduzir pela vastidão, embrenhar-me no vazio. Não quero me institucionalizar, quero somente ter a liberdade de ser livre, ouvir uma música que eu goste, não importando o seu gênero, mais sim o seu conteúdo, me vestir como me sinto bem, e falar com a liberdade de não se preocupar com erros de português, aliás tenho orgulho do meu modo cearense de falar e de me expressar .
Sinto um apelo desesperado da minha alma de fugir dos aplausos, de encolher me do fascínio da glória de homens, e seguir somente nas pegadas do Nazareno, não sei se consigo ir até o final, mas estou consciente que é nesta estrada que se aprende, tenho observado e tido a sensibilidade que o “mal” tem sede de Brilho e aplausos, porém a verdadeira vida está em se esconder na simplicidade do Nazareno.
(Pr Cleiton Pinho)
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